Artesãos

Fátima Bastos: Arte feita com palha de milho

A artista produz as suas peças usando palhas de milho.

Fatinha cresceu em meio a tradição artesanal mantida pelos moradores do pequeno povoado de Olhos d’Água. A avó Maria das Dores Pereira Dutra, e sua mãe, Ana da Silva Oliveira, eram tecelãs, faziam produtos de uso doméstico. Produzia-se de tudo, não comprava-se nada. Época muito difícil, e as crianças não podiam comprar brinquedos. De família pobre e sem dinheiro para uma boneca, Fatinha passou a produzi-las com a palha de milho que lidava ao cuidar das galinhas e animais. Em 1974 a educadora Laís Aderne criou em Olhos d’Água a “Feira do Troca”: identificou mestres artesãos, resgatou fazeres tradicionais da população nativa e criou um canal de escoamento para a produção artesanal, valendo-se do costume local que tinha como forma de comercialização o escambo. Trocavam-se roupas, sapatos, utensílios domésticos usados, trazidos pelos visitantes de cidades vizinhas, por produtos do vilarejo: artesanato e ítens da agricultura local. Uniram-se duas práticas tradicionais da comunidade, o escambo e o artesanato de raiz. Com o passar do tempo, se consolidou como grande evento turístico com uma agenda cultural rica e variada: música sertaneja de raiz, moda de viola, danças tradicionais como o catira, teatro de mamulengo, contação de “causos” e histórias e gastronomia local, como galinhada, galinha com pequi, empadão goiano, frango com gueiroba, pamonha, caldo e engrossado de milho. A troca por necessidade não mais existia. Permanecia, no entanto, a tradição da troca justa.





Olhos d’Água – Alexânia/GO – CEP 72920-000

Técnicas:

Artes sacras em barro com palha de milho, fibra de bananeira, cedrinho, a folha da magnólia, a douradinha, a bucha, o ingá e vários tipos de folhagens.

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